27 de novembro de 2007
Jogo de interesses
"Na política só se faz duas coisas:
ou se acomoda interesses ou se
incomoda interesses".
A quase totalidade dos políticos brasileiros, que se intitulam representantes do povo, na verdade só representam seus próprios interesses. Muitos chegam às casas legislativas municipais, estaduais e federais com o propósito de defenderem seus negócios – muitos são empresários – ou o negócio dos grupos que financiaram suas campanhas.
Acomodar interesses é uma espécie de sistema econômico paralelo que funciona nos parlamentos. Em troca da satisfação de determinados interesses se vota favorável a projetos que de outra forma não passariam. Tanto é assim, que quando determinado vereador, deputado ou senador tem o seu interesse contrariado trata logo de romper com o governante de plantão.
Quando os interesses são contrariados, surgem os opositores ferrenhos. O mundo da política partidária é movido por esse jogo de interesses particulares. O povo, em nome de quem o poder deveria ser exercido de fato, fica a ver navios. Mensalões e mensalinhos sempre existiram para fazer com que parlamentares reticentes amoleçam o coração e votem a favor dos projetos “de interesse da sociedade”.
A distribuição de cargos, de posições importantes em comissões, enfim, para se ter a concordância de parlamentares é o que vale. Assim, o governante tem que se transformar num corruptor, do contrário não consegue governar. Daí nascem todos os outros vícios da administração pública, o que termina por atrofiar o fazer político.
O Brasil é um exemplo de uma nação totalmente coxa no que diz respeito à prática política. Como disse um deputado gaúcho no encontro da União Nacional dos Legislativos Estaduais, realizado em Roraima recentemente, “o Congresso Nacional se transformou num grande mercado”. Infelizmente.
5 de novembro de 2007
Piada
27 de outubro de 2007
o dono da Lojinha da Capital
sem pressentir a besteira grande
enganou o Consumidor Qualquer
fez ele passar tremendo vexame
só que de Zé Mané, o enganado nada tinha
e mais que de pressa botou a boca no mundo
e foi à rádio reclamar, já que não tinha assessoria
contou tudo, pontos e vírgulas, a todo mundo sem pestanejar
o homem do microfone disse "isso é um absurdo"
e que iriam ajudar
levantaram todas as informações
entrevistaram fontes, testemunhas
todos colaboraram e deram importantes declaracões
todos naquela folia,
naquela enorme investigação
chegou a hora de ouvir o Dono da Lojinha
então, bora ligar para assessoria
no calor do final do expediente
o telefone na maior tocação
as gentes com ar de impaciente
conversa alto na ligação
e a prosa vai ficando esquentada
dessa vez não é só enrolação
um pedaço de tempo é pedido
não tem mais o que argumentar
um outro celular ganha o ouvido
a verdade tem sempre o seu lugar
só que nessas paragens (feitas de verdes "$$ifras" de papel moeda)
o lugar cabe em um bolso
bolso largo de olhos grandes
o resto do papo já nem ouço
o assunto agora é pra poucos
o absurdo nem era tão
o mais importante de tudo
é que na rádio também tinha um charlatão
ou melhor
um ladrão
só pra não perder a rima:
tem neguinho que deveria ter outra profissão.
25 de outubro de 2007
E esses galos aí?
19 de setembro de 2007
Acordão
Viva a democracia.
6 de setembro de 2007
Para baixar discos em MP3
Tenta aqui, no Som Barato.
Mas se o caso for dar algumas risadas de um futuro pai, recomendo uma visita ao meu novo blog: Histórias de um índio velho e seu filho.
27 de agosto de 2007
Agora, ser ciberdissidente para mim é...
2) Ter dupla nacionalidade, ascendência indígena por um lado e ibérica(bem distante) por outra;
3) Falar com sotaque em dois idiomas; e
4) Ser o futuro pai de uma criança roraimense descendente de venezuelanos, índios, ibéricos, pernambucanos e negros.
22 de agosto de 2007
10 de agosto de 2007
Sexta do Som
O show da Duke?, inexplicável. Estou até agora sem entender de onde saiu a última nota estridente e cortante da noite de ontem (ela ainda está aqui. ao meu lado.)
Hoje Dan Barnett tem sua carreira internacional consolidada, com três CDs solo e outros tantos com sua big band. Já se apresentou em vários países da Europa, Ásia e América do Norte. As qualidades de Dan Barnett foram descritas pelo escritor especializado em música, Kevin Jones: “Dan é um bandleader natural com personalidade e carisma”.
A All Stars Jazz Band. O jazz tradicional dos anos 20 e o swing dos anos 30 são fundamentalmente os estilos da All Stars Jazz Band que se inspira nos grandes artistas da época, acrescentando a eles um estilo próprio. No repertório estão os clássicos do jazz como “Cornet Chop Suey”, “Clarinet Marmalade” e “Davenport Blues” e do “swing” como “When It’s Sleepy Time Down South”, “Body and Soul” e “Oh! Lady Be Good” de George Gershwin. A All Stars Jazz Band é formada por músicos conhecidos do meio jazzístico: Marcelo Costa (trompete e voz), Nik Payton (saxofone), Danilo Abreu (piano), Lúcio Gomes (contra-baixo) e Bo Hilbert (bateria).
Depois é a vez de Swing Time and The Tap Dancers: O melhor do Jazz NORTE AMERICANO na Música e O ESPETACULAR Sapateado da BROADWAY
“Swing Time” é uma banda americana formada por músicos de consolidada carreira internacional e amigos da pianista Judy Carmichael. Eles vêm acompanhados dos exímios dançarinos, reconhecidos internacionalmente, Melissa Giattino e Richard Schwartz.
A banda:
Judy Carmichael (Piano) Considerada a rainha do “stride”, estilo de tocar piano criado no Harlem nas décadas de 20 e 30, Judy Carmichael é uma das maiores representantes do swing na atualidade. Indicada ao Grammy pelo disco “Two Handed Stride”, a pianista californiana tem seu estilo definido pela crítica como “cúmplice e suave”. Em suas músicas, Judy funde vários estilos e épocas do jazz, tornando suas apresentações profundas e completas.
Ed Ornowski (Bateria / Percussão) - tocou com grandes nomes do jazz internacional, como: Cecil Payne, Jerry Dodgion, Junior Cook,
Jon-Erik Kellso (Trompete) - Jon começou cedo, tocando
Michael Hashim (saxofonista) - Apesar de ser de Geneva (NY), a carreira do saxofonista Michael Hashim começou
Bem, hoje tem mais som. Se o Soul é a música da alma, que vem do gospel, o Jazz é a música do corpo, do mundano, dos homens.
9 de agosto de 2007
Os “Caras do Som” já andam por aqui
E por falar em “Caras do Som”, quem der um chêgo (eu vou ser um deles. tô louco, mas num tô besta) no Palácio das Artes, no centro da Capital, hoje, depois das 21 badaladas notúrnicas, poderá conferir a Duke Ellington Orchestra – EUA.
Calma.
Se ajeite na cadeira.
Pronto?
Agora posso continuar? (...)
É aquela rapaziada sim. A big band mais cultuada do mundo. O Líder da moçada é nada menos que Paul Ellington, neto do velho Duke Elligton (o jazz-man deve saber alguma coisa, né? Tirando pelo vô!*%$!);o
De acordo com Leonardo Soltz, empresário e produtor geral do Jazz Festival, que acontece
Confira se tá rolando um Jás perto de vc
Consolidado, respeitado e com um público que cresce a cada ano, o Jazz Festival será realizado em sete capitais brasileiras, durante o mês de agosto. São elas: Brasília (7, 8 e 9/8), Belo Horizonte (9, 10, 11 e 12/8); São Paulo (8, 9 e 14/8); Rio de Janeiro (13, 14 e 15/8); Recife (16, 17 e 18/8); Aracaju (17, 18 e 19/8) e Belém (22 e 23/8). Além dessas cidades, o evento acontecerá também em Tiradentes nos dias 18 e 25 de agosto, durante o X Festival Internacional de Cultura e Gastronomia.
A seleção das atrações feita pela curadoria do Festival, se deu a partir de uma criteriosa pesquisa, considerando a qualidade, o talento e reconhecimento dos artistas pela crítica e pelo público. Na edição de 2007, o público brasileiro poderá assistir alguns dos nomes mais respeitados do jazz mundial.
O Rafael Tavares lembra? Ele era um pouco mais estranho que eu. rs! Abraços!
7 de agosto de 2007
Atleta Mineiro se prepara para conquistar sua décima medalha de ouro em Parapans
www.carluxonoparapanamericano.blogspot.com
e.t.: Infelizmente a nossa mídia é racista (e não venham me dizer o contrário) e não sabe lidar com as diferenças. Para ela, ser diferente é ser mulher-barbada figurante em "noites de circo", é ser inválido. Pessoas como Carlo desafiam, é muito para o entendimento dos nossos jornalões.Dica para o povo que está no Rio:
os ingressos pro Parapan é 0800 (diferentemente do que rola nos quatro cantos do mundo), então... prestigiem.
3 de agosto de 2007
O passado é presente
Vasculhando meus livros em casa, reencontrei um pequeno volume com a compilação de algumas das melhores crônicas de Antônio Maria. Relendo algumas delas, me deparei com o seguinte texto de 27/10/1963 que já havia destacado para comentar posteriormente e havia me esquecido:
"CPI
Nestes últimos dois anos, quantas CPI(s) se organizaram no Brasil? E em alguma delas já ficou provado que alguém roubou, ou mandou roubar, matou ou mandou matar? E quem está na cadeia por causa de uma CPI?"
Sei, até parece que foi escrito por esses dias, não é? Pois é. A trupe que está no poder atualmente, teve professores no passado. Política, no Brasil, tem sempre esse cheiro de lama. Nunca muda.
2 de agosto de 2007
Band demite 21 e Record estuda reestruturação, diz "Outro Canal"
com o fim dos jogos Pan-Americanos, a Band demitiu 21 funcionários de seu departamento de esportes. As informações são da coluna "Outro Canal", de Daniel Castro e estão na edição de hoje da Folha de S. Paulo (conteúdo exclusivo para assinantes da Folha e do UOL).
Ainda de acordo com o colunista da Folha, a Record vai discutir hoje o futuro dos profissionais contratados para cobrir o Pan --já que agora a emissora conta apenas com torneios europeus.
De acordo com a Band, as demissões já eram previstas. "Não se trata de corte, mas sim de uma reestruturação. Os profissionais foram contratados temporariamente para a cobertura do Pan."
Os próximos eventos esportivos que a Band fará cobertura são: Campeonato Inglês, Copa do Mundo Sub-17 na Córeia do Sul, Mundial de Ginástica Artística na Alemanha e Copa do Mundo de Futebol Feminino na China.
da Folha Online
30 de julho de 2007
Estudo revela que 47% dos blogueiros brasileiros têm menos de 18 anos
A blogosfera brasileira é jovem, prefere os serviços Orkut, Blogger e Blogspot e a maioria das pessoas está localizada na região Sudeste.
Essas são as principais conclusões de estudo da e-life, com 4.977 perfis brasileiros que possuíam blog, fotolog ou um perfil em comunidade online no período entre janeiro de 2006 e maio de 2007.
Os três principais serviços usados pela blogosfera brasileira são o Orkut, utilizado por 50,78% dos perfis pesquisados pela e.life, seguido pelo Blogger (13,48%) e Blogspot (11,55%).
“Dos 100 serviços monitorados - que oferecem possibilidade de criação de blogs, fotologs, sites pessoais ou participação em comunidades, como o Orkut - observou-se que 10% concentram 86,62% do boca-a-boca online sobre marcas, produtos e serviços”, escreveu Alessandro Lima, diretor de negócios da e.life e autor do estudo, que vai participar do Digital Age 2.0.
O boca-a-boca online é o comentário ou post, positivo ou negativo, sobre marcas, produtos e serviços na blogosfera brasileira.
24 de julho de 2007
Indígenas ameaçados na terra indígena Raposa Serra do Sol
Um dos atos marcante foi a destruição do Centro Indígena de formação (antiga Missão São José) e recentemente a comunidade Parawani na mesma terra indígena Raposa Serra do Sol.
Os indígenas nunca enfrentaram os atos violentos com violência, tudo foi sendo assistido com muita paciência denunciado sempre para Policia Federal, Ministério Publico federal, ao presidente da Republica e às outras autoridades federais, pois contar com apoio de autoridade de Roraima não significa ser atendido com justiça.
Atualmente 60 (sessenta) jovens indígenas dos povos Macuxi, Wapichana, Ingaricó, Wai-wai e Yekuana que vivem no Centro Indígena de Formação Cultura Raposa Serra do Sol (Centro Reconhecido pela educação brasileira pelo parecer CCE/RR 20/06) sofrem constantemente ameaças física e psicológica de assassinos gratificados pelos arrozeiros, que tem plantio ilegal na Raposa Serra do Sol. Desde o dia 17 de setembro de 2005, o “ o dia das cinzas”, onde antindigenas (arrozeiros, fazendeiros..) invadiram o prédio do Centro e atearam fogo destruindo tudo. Todos esses assassinos ainda continuam livre. No começo do mês de julho mais dois jovens indígenas sofreram espancamento de pistoleiros a mando dos arrozeiros. E constantemente motoqueiros armados com armas de fogo intimidam os jovens com ameaça de morte, espancamento e nova destruição do prédio do Centro de Formação e não somente os jovens do Centro, mas também as lideranças da comunidade Indígena Barro, região Surumu (antiga Vila Surumu), que diariamente realizam seus trabalhos comunitários e vivem sob ameaças.
Um ato inconstitucional presenciado pelos indígenas é a participação de políticos de Roraima (um deputado Federal e outros) usa a mídia para incentivar a população local a desrespeita os direitos indígenas e apoiar a ocupação ilegal das terras indígenas. Alem de uma radiofusora instalado no país da Venezuela onde são divulgadas as informações racistas e preconceituosas contra a vida dos povos indígenas.
Enquanto os jovens indígenas de povos distintos se reúnem para aprender alternativas para melhoria de suas comunidades, os antindigenas procuram de forma violenta destruir essa União. De dia os jovens estudam, trabalham, tem lazer, fazem seus deveres pessoais e se reúnem para organizar e planejar atividades que possam contribuir o etnodesenvolvimento das comunidades indígenas. Mas, fazem dois anos que os jovens a noite ficam a mercê de ameaças.
Aos leitores, informamos que assim, atualmente se encontra a vida dos jovens e lideranças que trabalham para o desenvolvimento das comunidades indígenas.
Aos jovens indígenas, que futuramente se tornarão grandes lideranças, a formação esta sendo realizada conforme a realidade de suas comunidades. Em nenhum momento os jovens e lideranças indígenas foram guerreiros assassinos e sim guerreiros de trabalho, organização, defesa da vida, solidariedade e lideranças preparadas para defender os direitos.
Por todos os atos ruins que estão acontecendo contra a vida dos jovens denunciamos e contamos com vosso apoio para ampliar essa denuncia para o mundo, pois trata de DIREITOS HUMANOS.
Conselho Indígena de Roraima
Associados fecha Diário da Tarde e busca reposicionar empresa em Minas
Belo Horizonte: Com a medida, 56 profissionais deixam a organização -
O Grupo Associados anunciou nesta 2ª.feira (23/7) o fechamento do Diário da Tarde (DT) e, consequentemente, a demissão de 56 jornalistas, a maior parte do próprio jornal. A medida, de acordo com o diretor de Redação, Josemar Gimenez, tem por objetivo "reposicionar a empresa e seus produtos para a nova realidade de mercado, a partir de investimentos intensivos em internet e em outras mídias".
O Grupo Associados, como se sabe, é dono, por exemplo, do portal Uai, que tem atualmente uma audiência da ordem de 30 milhões de page views por mês. Com uma tiragem média de 12 mil exemplares-dia, contra os 50 mil do Aqui Belo Horizonte, de linha bem popular, e os 85 mil do Estado de Minas, todos administrados pelo Grupo Associados, o Diário da Tarde sai de cena no próximo sábado (28/7), fechando um ciclo de 77 anos de vida. Com a sua descontinuidade, o Aqui, a partir de alguns ajustes editoriais, buscará atrair para si os leitores que perderão seu jornal favorito. Isso já a partir da próxima 2ª.feira (30/7). Os dois subeditores que estavam à frente do DT, Roni Garcia e Paulo Nogueira, incorporam-se à equipe do Estado de Minas.
Cada vez mais os Bochechas Rosadas estão interessados no lucro e nas facilidades que os meios de comunicações podem oferecer. Só que, desta vez, levaram um tiro de canhão no pé ao lançarem o Aqui, pois estava na cara que não conseguiriam manter três jornais para públicos “distintos”, ao mesmo tempo. Era mais fácil fazer as adaptações no DT e tocar o barco, mas não. "Maney, maney, maney..."
E assim se fez menos um jornal na cidade, e se fez menos um veículo de propaganda do narizinho de ouro neves, e mais um pouco se afunilou o mercado para os jornalistas da capital.
22 de julho de 2007
em época de defuntos famosos...
Belo Horizonte:A revolta dos Coveiros -
Tudo começou no domingo, às 18h, quando ele recebeu a notícia que a sua sogra havia passado desta para melhor ou pior – vai saber?, A velha era o cão. Bom, os detalhes do velório; choramingo falsos, a cama bem arrumada da defunta crente, as piadas entre os dentes e as orações dos pastores juniores – sim. pq pastor júnior é assim. aproveita um velório, um enterro, para testar a sua pregação (de saco), para testar o efeito de sua oratória junto aos fiéis e às fiéias-noviças (principalmente), pois, estas, pululam nas igrejas evangélicas e são bonitas e pastor pode até ser de deus, mas não é otário! hohoho! mas esses, e mais outras mazelas que se deram em torno do féretro ficam para um bate-papo presencial – chic, no?. pulemos para o instante final da cerimônia do adeus.
estavam lá, no cemitério, plantando a deitada no jardim de Deus, repleto de outras plantinhas caducas ansiosas por saber mais da nova vizinha, quando nos finalmentes do troço – que já estava de bom grado, pela santa que foi a velha, que agüentou o genro mala e safado que vivia traindo a filha querida da morta (depois te conto das peripécias do danado também. vais gostar - quando a pior espécime dos pastores (O JÚNIOR, aquele, sô!? De quem eu falava ali encima! volta lá.), resolveu que aquele seria o momento exato, era a chance derradeira para ele confirmar a sua vocação de servo do senhor e aparecido de marca maior com gravata de elástico no nó e terno de tergal azul, tem de ser azul para combinar com a bíblia de capa de couro com as letras douradas. e assim o escolhido o fez.
postou-se, como de praxe, ao lado do caixão da velha, e começou a pregação... mas num é que na segunda frase do aspirante a edir macedo, que dizia "senhor qq coisa veio buscá-la pra si", um coveiro – O COVEIRO CHEFE, vim perceber depois, tamanha a sua desenvoltura e andar firme e olhar decido (daqueles: tira o pé do meu café)- veio em direção ao féretro e disparou: VAI DEMORAR? – silêncio no jardim de deus. em resposta à indagação firme e em bom tom do coveiro chefe, o pastor engoliu seco e rebateu:
_ só uns cinco minutinhos.
_ cinco minutos para nós é muito tempo. nós vamos é fazer outro enterro ali encima. e saiu pisando duro e replicandando, o Coveiro Chefe.
silêncio. que só é quebrado pelos barulhos das correntes-de-descer-defunto do jardineiro do senhor - que batiam umas nas outras, enquanto o coveiro chefe saia gruindo:
_os "cara" tem a noite toda para conversar com o defunto e vem rezar aqui. olha só pro c vê?, é muita moral para uma sogra. Terminou de resmungar a frase e saiu com os seus comandados, sim. eram mais outros cincos jardineiros de deus.
foi aí, que o homem lá de cima deu o devido castigo ao orador juvenil, aspirante a pastora sônia hernandes, da igreja renascer em miami, de preferência. vc crê que o cara ficou uns 20 minutos pregando? não pq ele quisesse, foi falta de coveiro para descer o bichão mesmo! o JÚNIOR suava e falava e passava folhas da bíblia e perguntava: "Amém, irmãos?"(que respondiam automaticamente: Amém!) e olhava pro lado e nada de coveiro para descer a sogra querida. Até que não agüentou mais e terminou o discurso. foi aí que chegou a hora de terminar com a oratória e procurar o coveiro chefe e sua trupe - sim, pois o troço virou um circo - para destinar o féretro à sua morada final. Ufa!
foi assim, na glória do senhor: amém, irmãos? (a resposta é amém, ok?)
e poderia ter acontecido até com o acm. não é mesmo?
20 de julho de 2007
enfim, só
testemunhava o porteiro
de rosto não vi tão linda
de corpo houvesse dinheiro
esse pedaço de fêmea
jamais se importou comigo
porém da vida boêmia
teve por fim seu castigo
fazia fé no veado
disse o bicheiro dario
no fim do ano passado
levantou mais de cem mil
mulher de sorte no jogo
mas que no amor se deu mal
caiu nas garras de fogo
de um maníaco sexual
não há droga de eficácia
contra o vírus desse ofício
disse o dono da farmácia
mais chic do meretrício
ela me olhava de lado
ao passar pela avenida
só pegava resfriado
jamais doenças da vida
nós precisamos de pistas
o delegado declara
trajava blusa de listras?
trazia barba na cara?
cadáver pro IML
testemunhas pro distrito
fechem o hotel carevelle
até o corpo de delito
voz embargada, já tonta
diz a dona do HO
quem vai pagar essa conta?
eu fiquei falando só!
ele saiu sem perguntar
disse: ela paga, viu tia?
no quarto a pobre defunta
e esta carteira vazia
Carlos Saraiva (São Paulo)
7 de julho de 2007
Efeito contínuo
6 de julho de 2007
29 de junho de 2007
Três Tempos
Sinal vermelho. Fila de carros. Pedestres pra lá e pra cá. "Bom dia"! Um grito brota no cinza, espicha, dribla carros e o caos, invade pela fresta as janelas automobilísticas e parece contagiar alguns motoristas que, se não esboçam um sorriso, parecem se desplugar da correria do dia-a-dia ao verem uma bola verde caminhando pelo corpo de um palhaço. Primeiro na testa. Depois na bochecha. Escorrega pelas mãos e pára. Está no peito do rapaz.
É bem verdade que está para nascer o motorista que goste de um engarrafamento daqueles, em plena quinta-feira, 12h, de sol a pino e ardendo na pele e sinal fechado, não é? Bem, os motoristas que descem a rua Gonçalves Dias e cortam a Bias Fortes rumo à praça da Assembléia, logo a baixo do cinema Belas Artes, aqui em BH, também não morrem de amores pelo trânsito intenso. Mas, com certeza, os minutos neste sinal voam.
O dono da frase é o palhaço Merrel, que ganha vida ali, numa espécie de escritório improvisado, no meio da rua, ou melhor, na faixa de pedestres. Merrel vive dos malabares. Ele e sua esposa, Ingridi. O cara sabe o tempo correto dos sinais, o nome dos garis que trabalham na região, já trabalhou em circo e rodou o País fazendo a sua arte.
Sinal Amarelo. Merrel faz a última loucura com sua esfera colorida. Agradece. Estica o pescoço. Apóia uma das mãos à testa, fazendo sombra aos olhos arregalados, e sai entre os carros. Quem sabe ganha um trocado. Na verdade, qualquer coisa vale. Até cesta básica ele diz já ter ganhado no sinal. Mas pagamento de verdade para ele é a afinidade que acaba criando com as pessoas que passam por lá rodos os dias.
Sinal verde. Com um sorriso no rosto e ainda com a bola inquieta nas mãos, ele vem para um bate-papo rápido; dois palitos. Um lá e outro cá. "Minha esposa, Ingridi, também trabalha comigo. Hoje ela não veio, pois fez uma tatuagem recentemente e não é bom ficar no sol, né?", responde. Há quatro anos ele pratica malabares. No início ele apenas produzia os objetos, depois descobriu que tinha jeito para coisa e também resolveu tentar a sorte nos sinais. "Acaba que as pessoas nos vêem aqui e nos chamam para fazer eventos, festas de aniversários e shows", conta o inquieto palhaço.
Enquanto Merrel monta em um monociclo e sai pedalando como bêbado, Alvinho chega para participar da conversa também. É mais um que ganha o dia-a-dia nas ruas com alegria. Pai de Gabriel, de 2 anos, Alvinho, que é ex-metalúrgico, conta que gosta do que faz. "Não largo isso aqui por nada", afirma. O cara é quase um circo ambulante. No dia da entrevista, ele manuseava no sinal um Diabolô, mas não pára por aí, ele tem habilidade com outros objetos circenses como o Devilstik, Aro Clave, e por ai vai. "Mano, faço até Ilusionismo", vai dizendo com um sorriso no rosto e os olhos atentos à sinaleira.
Uma espiada no relógio e quem chega com Merrel é Martin, o hermano uruguaio. Ele já chega mandando um "como no!" e, entre risos e outras palavras próprias de seu portuñol, nos cumprimenta e dá um abraço em Alvinho. Há um ano ele não aparece no Uruguai. Há cinco saiu de seu país e ganhou o mundo. "Yo vim do Rio de Janeiro ontem y...". Uma buzina interrompe a frase. "Caralho! Presta atenção!", uma mulher grita de dentro de um carro importando. Martin solta uma gargalhada e diz: "Mi gusta mucho las mujeres bravas! Ellas tienen personalidad".
Sinal Vermelho. Não há mais tempo. A conversa pára. E eles voltam para o sinal. E eu sigo meu caminho para a redação.
As fotos são de um cara que veio lá dO Oriente Médio, o Sam.
23 de junho de 2007
Muito além do jardim
A pesquisa científica na região tem sido tão direcionada pelas grandes indústrias que pouco se produz sobre as populações que habitam este imenso lugar. Índios, profissionais liberais, ribeirinhos, funcionários públicos e latifundiários convivem forçosamente com todo tipo de intempérie. As principais são os políticos locais, tão ricos e tão cegos para os problemas sociais.
A Amazônia Legal ocupa 2/3 do Brasil. Vinte milhões de pessoas vivem aqui, pressionados por grupos que algumas vezes se igualam em radicalismo. Entre as necessidades ambientais mais urgentes está a necessidade de conservação da floresta e a produção sustentada. Mas exigir ações ecologicamente corretas de quem vive em condições sub-humanas não gera o mesmo apelo que a distribuição de moto-serras, camisetas, bonés, cestas básicas e outras moedas eleitorais. É que às vezes a ciência não cobra políticas públicas adequadas com medo de perder as poucas verbas disponíveis nos orçamentos. Mas de pouco adianta um vistoso campus em meio à cidade partida.
O principal campus da UFPA em Belém fica no bairro Guamá, o mais populoso e um dos mais pobres da capital paraense, a maior metrópole da Amazônia, com 1 milhão e 500 mil habitantes. Basta sair dos limites da cidade universitária para mergulhar num mundo completamente insalubre, onde cidadania é apenas um verbete nos poucos dicionários que por ali devem existir. No Guamá, Jurunas e noutros bairros a vida é levada como na idade média, com as pessoas vivendo sobre os próprios dejetos.
Minha profissão já me levou a bairros pobres em Porto Alegre, São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Juiz de Fora, Manaus. Já estive em favelas na Venezuela, em bairros sem nenhuma infraestrutura em Georgetown e vi a pobreza extrema nos redutos orientais de Paramaribo. Mas nada do que vi até hoje se compara aos extensos canais de podridão que substitutem as calçadas dos moradores da periferia de Belém. Por ali, crianças brincam entre urubus. Açougues, oficinas, escolas, lanchonetes, toda a organização urbana está suspensa sobre um grosso caldo formado por esgotos, restos de animais, garrafas plásticas e todo tipo de lixo doméstico.
Enquanto na periferia o saneamento é zero, o centro de Belém viceja com praças bem cuidadas e vigiadas contra vagabundos. O centro-histórico de quase 400 anos é um dos mais bem-conservados do Brasil. Na margem da baía, a Estação das Docas (projeto de 20 milhões de reais) se destaca como área de lazer e movimentação cultural e turística. Tem 11 bares e restaurantes e músicos suspensos sobre a platéia.
A cidade conta ainda com um grande complexo para eventos, feiras, congressos e convenções, o Hangar (98 milhões de reais), engrossa o rol de grandes obras junto com o parque ecológico Mangal das Garças, que custou 15 milhões de reais. Mas a grande expectativa por aqui chama-se Portal da Amazônia, uma via de seis quilômetros na orla da cidade que concentrará centros comerciais diversos, pretende melhorar o trânsito e vai custar mais de 100 milhões de reais.
Pergunta: quanto custaria sanear o Guamá, pelo menos no entorno da universidade, para justificar a sua existência ali?
A Belém dos turistas luta contra a Belém real, mas o combate é injusto.
15 de junho de 2007
Três décadas sem Clarice
Em 30 anos de ausência, completados este ano, talvez um episódio que defina a escritora Clarice Lispector seja justamente o que aconteceu quando foi convidada para palestrar no Congresso Mundial de Bruxaria, Bogotá, 1975. Perplexa, Clarice falaria, depois, que não sabia exatamente o que motivou os organizadores a fazerem tal convite a ela. Não sabia o que fazer. Sacou da manga o conto “O Ovo e a Galinha” e o leu, em português, para a platéia. Foi a personalidade mais comentada do evento. Clarice era assim e, como sua obra, exalava mistério, sabia como falar das coisas humanas. Era uma escritora que se especializou em atingir os porões de seus personagens e, por conseqüência, também o íntimo de seus leitores, cutucando, revirando e contemplando emaranhados mecanismos psicológicos.
Clarice Lispector nasceu na Ucrânia, numa aldeia de nome complicado: Tchetchenillk, no ano de 1920. Os Lispector emigraram para o Brasil no ano seguinte e Clarice nunca mais voltou à pequena aldeia. Fixaram-se em Recife, onde a escritora passou a infância. Clarice tinha 12 anos e já era órfã de mãe quando a família mudou-se para o Rio de Janeiro.
Entre muitas leituras, ingressou no curso de direito, formou-se e começou a colaborar em jornais cariocas. Casou-se com um colega de faculdade em 1943, o diplomata Maury Gurgel Valente. No ano seguinte publicava sua primeira obra: “Perto do coração selvagem”. A moça de 19 anos assistiu à perplexidade nos leitores e na crítica: quem era aquela jovem que escrevia “tão diferente?”
Seguindo o marido, diplomata de carreira, viveu fora do Brasil por 15 anos e dedicava-se exclusivamente a escrever. Separada do marido e de volta ao Brasil, passou a morar no Rio de Janeiro.
Em novembro de 1977 soube que sofria de câncer generalizado. No mês seguinte, na véspera de seu aniversário, morria em plena atividade literária e gozando do prestígio de ser uma das mais importantes vozes da literatura brasileira.
4 de junho de 2007
24 de abril de 2007
Aquelas estorinhas de sempre...
"...No dia 23 de março, Marco Aurélio tomou um susto. O chefe de jornalismo em São Paulo, Luiz Cláudio Latgé, avisou que ele estava demitido. Latgé teria dito que após uma avaliação interna de seu trabalho, concluiu-se que seu perfil não era mais compatível com a empresa. Funcionário da casa há 12 anos, Marco Aurélio Mello foi editor do Jornal Nacional durante quatro anos e do Jornal da Globo por outros três. Era ele quem ajudava a pautar Franklin Martins, que ficava em Brasília.
De acordo com um jornalista da TV Globo, que preferiu não se identificar, antes do primeiro turno das eleições presidenciais, Marco Aurélio havia comentado que tinha recebido a orientação de que deveria "pegar leve" com os indicadores econômicos que pudessem ser interpretados como pró-governo..."
é...
p.s.: o Franklin Martins moveu um processo contra Diogo Mainardi, que andou, como é de seu feitio, conversando pela bunda e não teve peito para provar as suas merdas, e venceu. De acordo com a decisão judicial, o nosso querido Diogo Boca-Bamba Mainardi teve a intenção de caluniar e difamar Franklin em textos publicados na Veja. O juiz determinou o pagamento de R$ 30 mil ao jornalista (Franklin é claro. Dioguito não tem qualquer formação acadêmica) - esse grifo não é meu.
19 de abril de 2007
Síndrome de Homer Simpson
Sim, comprar das agências internacionais é barato, mas segundo uma velha e obsoleta visão humanística do jornalismo, não se pode valorizar umas vidas mais que outras. Isso ficou para quem é parte do conflito, como o âncora da Fox News que disse "what the hell, sou parcial mesmo!". No caso brasileiro, a subserviência à pauta norte-americana, a falta de imaginação e a opção por matérias sensacionalistas revelam mais sobre o JN do que a penca de correspondentes sediados nas maiores capitais do mundo.
13 de abril de 2007
A Sinhá Mídia-média de sempre...
No tira-teima da eleição presidencial de 2006, o tucano Geraldo Alckmin, encarnando por ter chegado lá o que pudesse haver de anti-lulismo no eleitorado, teve 39% dos votos válidos.
Passados cinco meses e meia dúzia de dias daquele segundo turno, o sentimento anti-lulista encolheu, a julgar pela pesquisa CNT/Sensus divulgada ontem e esmiuçada nos jornais de hoje - mas não o bastante para destacar esse fato da maior importância política.
O emagrecimento do sentimento oposicionista, no período, foi muito mais do que proporcional à engorda da popularidade do presidente. Ele foi eleito com quase 61% dos votos válidos. Agora, é aprovado por quase 64% dos brasileiros [e reprovado por pouco mais de 28%]. (+)
a matéria é do Luiz Weis e foi postada em 11/4/2007 às 9:02:51 AM
12 de abril de 2007
11 de abril de 2007
19 de março de 2007
Da participação da CVRD na Campanha da Fraternidade 2007
11 de março de 2007
21 de fevereiro de 2007
Acabou nosso carnaval.. Saudades e cinzas foi o que restou...
Pernas torneadas e sorrisos “botoxilizados” deram o tom do samba (que, aliás, completa 90 anos, em 2007, mas pouco se disse. Bom, ao menos se lembraram do centenário do frevo).
16 de fevereiro de 2007
Matéria n´O Eco
Acesse: O aquecimento da Amazônia
2 de fevereiro de 2007
OS NOVOS (VELHOS) PARLAMENTARES
No caso de Roraima, os seus representantes na Câmara dos Deputados, a partir de agora, são os deputados Luciano Castro (PR), Édio Lopes (PMDB), Urzeni Rocha (PSDB), Maria Helena Veronese (PSB), Márcio Junqueira (PSDB), Ângela Portela (PT), Chico Rodrigues (PFL) e Neudo Campos (PP). No Senado tomou pose por Roraima Mozarildo Cavalcanti (PTB).
De todos eles, pelo menos um já inicia a sua vida parlamentar com a sua imagem bastante desgastada na mídia nacional. É o ex-governador Neudo Campos, que ocupa o incômodo lugar (pelo menos deveria ser) de campeão dos mais processados na justiça federal. Ele é acusado de comandar o esquema de desvio de recursos da folha de pagamento do Estado de Roraima, da qual foram desviados mais de 90 milhões de reais. Em todo o país o caso ficou conhecido como “escândalo dos gafanhotos”, uma metáfora usadas para os “comilões” da folha de pagamento. Ele responde a 30 processos na Justiça.
Cabe à população brasileira demonstrar maturidade na sua vivência democrática e passar a fiscalizar com olhos de lince os seus escolhidos. Afinal, como diz a Constituição Federal, “todo poder emana do povo, para o povo e em seu nome deve ser exercido”. Logo, ao primeiro sinal de pilantragem dos novos parlamentares, o povo tem que fazer pressão total para que eles sejam destituídos. Chega de passividade.
1 de fevereiro de 2007
Sobre picaretas
Belo Horizonte – Hoje, uma pequena e aconchegante cidade, perto daqui, acordou em festa. É que o filho ilustre de Nova Lima/MG, Victor Penido de Barros, passou a fazer parte do seleto grupo de cidadãos que têm o poder da caneta para decidirem o futuro deste nosso País. (e como o fazem...!)
Eleito com uns 70 mil votos - grande maioria deles de eleitores de cidades vizinhas, sem saneamento básico, moradia descente, comida e que nem conhecem o moço - Penido tomou posse nesta modorrenta manhãzilda de quinta-feira, na Câmara dos Deputados,
Bem, além da implantação irregular de condomínios, superfaturamento de obras públicas, pesa sobre os belos ombros desse senhor "de bem" o crime de ter entregado a “Cidade do Ouro”, como chamam Nova Lima, às garras de mineradores inescrupulosas.
Durante muitos anos ele prostituiu os trabalhadores da cidade, por meio de contratos de exclusividade com essas empresas para a exploração de ouro e outras cositas mas. O resultado dessa sangria (ou será orgia?): centenas de nova-limenses silicóticos, mais uma penca de jovens sem empregos e uma cidade cercada por belos e ricos condomínios onde se escondem integros Valérios da sociedade mineira. Bom, né?
5 de janeiro de 2007
JORNALISMO CIDADÃO
Grande parte dos praticantes de jornalismo local ainda não conseguiu digerir a novidade de um ombudsman na imprensa roraimense. O provincianismo reinante por aqui ainda impede algumas pessoas de enxergar faróis que já começaram a disparar seu foco de luz há muito tempo nos centros jornalísticos mais desenvolvidos. Para alguns poucos não afeitos a críticas ou acostumados com elogios fáceis, a postura de quem faz esta coluna é a de um pedante. Se querer contribuir para a melhoria do jornalismo praticado por essas plagas é pedantismo, então, o sou e com orgulho.
Enquanto jornalistas se mostram incomodados com a análise crítica diária do fazer midiático que encampamos aqui no Roraima Hoje - empreitada que iniciamos mesmo sabendo que seríamos incompreendidos por alguns que se consideravam estrelas solitárias no céu do jornalismo de Roraima - temos recebido exatamente do leitor comum uma recepção calorosa e encorajadora. Telefonemas e visitas amistosas à Redação do nosso impresso nos leva o alento e a certeza de que estamos no caminho certo. Os melhores jornais do país fazem media criticism. Nós temos a convicção de que é preciso dividir com o leitor algumas das nuances da profissão, para que ele entenda como se dá o processo de produção da notícia e possa participar de forma decisiva com críticas, dicas e sugestões.
A Internet mudou toda a relação dos jornalistas com seus leitores. Na rede mundial de computadores pipocam, todos os dias, os chamados sites colaborativos, onde o leitor deixa de ser apenas consumidor de informação e passa a ser, também, produtor. Essa benéfica mudança foi trazida primeiramente pelos bolgs (diários on line), que abriram seus campos de comentário para a participação do público. Agarrando-se à oportunidade de sair do papel passivo de consumidor de notícias, os leitores passaram a querer cada vez mais participar, saber como se produz jornalismo, deixar de ser apenas um bom personagem de notícia, usado para aquecer a venda de jornal no dia seguinte.
Os “jornais de papel” precisam se adequar a esse novo paradigma midiático. Alguns dos bons jornais do país, como o Zero Hora, de Porto Alegre (RS), por exemplo, abriu as suas páginas para a colaboração dos leitores com matérias jornalísticas, naquilo que está sendo chamado de “jornalismo cidadão”. Porque será que só Roraima teria que ficar para trás? Vou insistir nesse questionamento sempre. Então, em resposta à minha “coleguinha” de ofício, digo que praticamos, sim, um jornalismo voltado para a população. Mas queremos oferecer mais que notícias policiais e as pautas repetidas de sempre. Queremos ir além e fazer com que os leitores entendam o que se passa numa Redação, retirar essa aura de intocabilidade que se pretende dar ao jornalismo e aos jornalistas. Estes são profissionais comuns, que devem estar em contato permanente com a sociedade.
Queremos mostrar as segundas intenções que às vezes está por trás de determinadas atuações. Mais uma vez repito: jornalismo é um serviço público, que deve a esse mesmo público fidelidade absoluta. Por isso, procuramos mostrar os nossos erros, nos explicar, pedir desculpas e criticar a forma como se pratica jornalismo nos demais veículos. Todos têm o direito de não concordar com a nossa postura, mas poucos têm razão em dizer que estamos errados. A crítica da mídia nasceu no berço do jornalismo moderno, os Estados Unidos, se espalhou pelo mundo, chegou ao Brasil e agora aportou em Roraima. Ponto.