24 de julho de 2007

Indígenas ameaçados na terra indígena Raposa Serra do Sol

Durante o reconhecimento da Terra indígena Raposa Serra do Sol, homologada em 15 de abril de 2005, 21 (vinte e hum) indígenas foram mortos defendendo o direito de viver no seu espaço e os assassinos ainda não foram punidos. Três comunidades indígenas já foram destruídas (Jawari, Homologação, Brilho do Sol) e os lideres desses atos violentos ainda continuam na área aterrorizando com ameaças a vida dos indígenas.

Um dos atos marcante foi a destruição do Centro Indígena de formação (antiga Missão São José) e recentemente a comunidade Parawani na mesma terra indígena Raposa Serra do Sol.

Os indígenas nunca enfrentaram os atos violentos com violência, tudo foi sendo assistido com muita paciência denunciado sempre para Policia Federal, Ministério Publico federal, ao presidente da Republica e às outras autoridades federais, pois contar com apoio de autoridade de Roraima não significa ser atendido com justiça.

Atualmente 60 (sessenta) jovens indígenas dos povos Macuxi, Wapichana, Ingaricó, Wai-wai e Yekuana que vivem no Centro Indígena de Formação Cultura Raposa Serra do Sol (Centro Reconhecido pela educação brasileira pelo parecer CCE/RR 20/06) sofrem constantemente ameaças física e psicológica de assassinos gratificados pelos arrozeiros, que tem plantio ilegal na Raposa Serra do Sol. Desde o dia 17 de setembro de 2005, o “ o dia das cinzas”, onde antindigenas (arrozeiros, fazendeiros..) invadiram o prédio do Centro e atearam fogo destruindo tudo. Todos esses assassinos ainda continuam livre. No começo do mês de julho mais dois jovens indígenas sofreram espancamento de pistoleiros a mando dos arrozeiros. E constantemente motoqueiros armados com armas de fogo intimidam os jovens com ameaça de morte, espancamento e nova destruição do prédio do Centro de Formação e não somente os jovens do Centro, mas também as lideranças da comunidade Indígena Barro, região Surumu (antiga Vila Surumu), que diariamente realizam seus trabalhos comunitários e vivem sob ameaças.

Um ato inconstitucional presenciado pelos indígenas é a participação de políticos de Roraima (um deputado Federal e outros) usa a mídia para incentivar a população local a desrespeita os direitos indígenas e apoiar a ocupação ilegal das terras indígenas. Alem de uma radiofusora instalado no país da Venezuela onde são divulgadas as informações racistas e preconceituosas contra a vida dos povos indígenas.

Enquanto os jovens indígenas de povos distintos se reúnem para aprender alternativas para melhoria de suas comunidades, os antindigenas procuram de forma violenta destruir essa União. De dia os jovens estudam, trabalham, tem lazer, fazem seus deveres pessoais e se reúnem para organizar e planejar atividades que possam contribuir o etnodesenvolvimento das comunidades indígenas. Mas, fazem dois anos que os jovens a noite ficam a mercê de ameaças.

Aos leitores, informamos que assim, atualmente se encontra a vida dos jovens e lideranças que trabalham para o desenvolvimento das comunidades indígenas.

Aos jovens indígenas, que futuramente se tornarão grandes lideranças, a formação esta sendo realizada conforme a realidade de suas comunidades. Em nenhum momento os jovens e lideranças indígenas foram guerreiros assassinos e sim guerreiros de trabalho, organização, defesa da vida, solidariedade e lideranças preparadas para defender os direitos.

Por todos os atos ruins que estão acontecendo contra a vida dos jovens denunciamos e contamos com vosso apoio para ampliar essa denuncia para o mundo, pois trata de DIREITOS HUMANOS.

Conselho Indígena de Roraima