25 de julho de 2006

BR 319

Manaus - Nesta quarta-feira (26 de julho), a série de audiências públicas sobre a BR-319 chega a Manaus. Não sei direito para que elas servem, mas vou dar uma passada por lá para ver o que está acontecendo.

Para quem não sabe, a 319 liga Porto Velho (RO) a Manaus (AM). Ela foi construída na década de 70 e destruída pelas chuvas e falta de cuidados nas décadas seguintes. Virou um grande atoleiro.

O governo federal, via ex-ministro dos Transportes Alfredo Nascimento, prometeu recuperá-la e acabou batendo de frente com outro ministério encabeçado por uma amazônida, o do Meio Ambiente (Marina Silva). Os dois ministérios tinham um acordo que dispensava estudos de impacto ambiental para recuperação de rodovias asfaltadas.

O Ministério dos Transportes usou este acordo para dispensar os estudos da 319. O MMA chiou, acabou com o acordo. Em meio ao contingenciamento de verbas do governo federal, as obras na 319 vão andando em ritmo de tartaruga.

Para evitar maiores danos, foi criada uma área de interdição ao longo da rodovia. E é justamente o que fazer nesta área de interdição o motivo das discussões nas audiências públicas.

Vale lembrar também que só o anuncio da estrada já serviu para o avanço de grileiros Amazonas adentro. Não que o problema estivesse muito longe dali, mas sabe como é... asfalto valoriza terras, sinal para os oportunistas avançarem pela floresta.

Os jornais de Manaus desta terça-feira noticiam a presença de grileiros em um assentamento rural em Novo Aripuanã, Sul do Estado. A cidade não é cortada pela 319, mas o acesso por terra à sede do município, é feito pela 360, que começa na estrada federal.