29 de setembro de 2005

Juntando os cacos

Belo Horizonte - A apertada eleição de Aldo Rebelo para a presidência da Câmara dos Deputados mantém a seqüência de eventos surpreendentes na política nacional desde a eleição de um ex-operário como presidente da República. A saraivada de denúncias que milagrosamente não respingou em Lula - até José Dirceu anda se jactando da falta de provas contra si - estagnou entre um punhado de deputados comprovadamente envolvidos com caixa dois e corrupção. A lama em Brasília, diferente de New Orleans, está sendo contida com os diques das CPIs.

Rebelo, como Lula, é um enfant terrible no cenário político. Filho de vaqueiro, cresceu no meio rural e só não seguiu a carreira do pai porque na fazenda havia uma escola. O Brasil tem um presidente da Câmara filiado ao PC do B e não há golpe em vista. Agora cabe ao PT derrubar o Campo Majoritário da sua direção, em nome da credibilidade. Entretanto, duas perguntas pairam no ar: 1 - A nova direção do parlamento é um indício da solução da crise? 2 - A reeleição de Lula continua sob ameaça ou dá tempo de virar o jogo?