Boa Vista - A frase abaixo é a definição do que é fazer política no Brasil.
"Na política só se faz duas coisas:
ou se acomoda interesses ou se
incomoda interesses".
A quase totalidade dos políticos brasileiros, que se intitulam representantes do povo, na verdade só representam seus próprios interesses. Muitos chegam às casas legislativas municipais, estaduais e federais com o propósito de defenderem seus negócios – muitos são empresários – ou o negócio dos grupos que financiaram suas campanhas.
Acomodar interesses é uma espécie de sistema econômico paralelo que funciona nos parlamentos. Em troca da satisfação de determinados interesses se vota favorável a projetos que de outra forma não passariam. Tanto é assim, que quando determinado vereador, deputado ou senador tem o seu interesse contrariado trata logo de romper com o governante de plantão.
Quando os interesses são contrariados, surgem os opositores ferrenhos. O mundo da política partidária é movido por esse jogo de interesses particulares. O povo, em nome de quem o poder deveria ser exercido de fato, fica a ver navios. Mensalões e mensalinhos sempre existiram para fazer com que parlamentares reticentes amoleçam o coração e votem a favor dos projetos “de interesse da sociedade”.
A distribuição de cargos, de posições importantes em comissões, enfim, para se ter a concordância de parlamentares é o que vale. Assim, o governante tem que se transformar num corruptor, do contrário não consegue governar. Daí nascem todos os outros vícios da administração pública, o que termina por atrofiar o fazer político.
O Brasil é um exemplo de uma nação totalmente coxa no que diz respeito à prática política. Como disse um deputado gaúcho no encontro da União Nacional dos Legislativos Estaduais, realizado em Roraima recentemente, “o Congresso Nacional se transformou num grande mercado”. Infelizmente.
27 de novembro de 2007
5 de novembro de 2007
Piada
Boa Vista - Roraima é uma terra brindada com infinitas belezas, alta qualidade de vida e alguma - ok, muita - corrupção. O noticiário mostra com freqüência desvio de verbas, licitações dirigidas, funcionários-fantasmas, gastos não-comprovados, etc, aquela coisa terceiromundista latrino-americana, necessidade de roubar que equivale ao cio em alguns animais. No entanto, não se vê um único pronunciamento da classe política sobre o assunto. Melhor criticar os pólos de desenvolvimento regional em áreas indígenas, de ribeirinhos e quilombolas. Para os políticos locais, conceder direitos a esses povos é entregar o país "às nações imperialistas etc", o que já é falso papo de esquerda. Para os crentes, Deus está vendo. Para os céticos, não há suficiente C4.
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